Meu post de hoje é uma homenagem aos 37 anos da criação do Município de Tangará da Serra, Estado de Mato Grosso, cidade que considerado minha terra natal, na qual morei dos 4 aos 17 anos, depois fui fazer faculdade em Uberlândia, voltei e iniciei minha carreira profissional, lá residindo até o dia 18 de fevereiro de 2005.
Faz 8 anos que moro em Goiânia, mas é impossível esquecer Tangará da Serra, afinal, foi lá que passei minha infância e adolescência, estudei e posso seguramente dizer, moldei a minha forma de ver o mundo.
Tangará já nasceu diferente. De início já elegeu Dona Thais Barbosa prefeita da cidade. Depois veio Antônio Porfírio de Brito, cujo lema era 'nada resiste ao trabalho', e está gravado nas calçadas da Praça da Bíblia. E assim por diante!
Da infância me lembro do tempo em que energia elétrica era um luxo, telefone só existia em Cuiabá e que, às vezes, demorava uma eternidade para percorrer os 230km de terra entre Tangará e a capital, coisa de 10 a 12h de viagem.
Nem há como esquecer o dia em que asfaltaram o quarteirão da Rua Antônio Hortolani, entre a Rua Manoel Dionísio Sobrinho e a Rua Sebastião Barreto. Foi o primeiro logradouro a ser asfaltado na cidade e eu estava lá, assistindo a tudo; e isso está registrado numa fotografia que pertece ao acervo pessoal do ex-prefeito Porfírio. Espero que ainda consiga uma cópia da foto.
Também me lembro da inauguração da iluminação da Avenida Brasil, oficialmente inaugurado na virada do ano de 1985 para 1986.
Daí para frente entrei na pré-adolescencia e depois adolescência - tempo bom, muitas memórias, algumas impublicáveis. Minha especialidade era esperar meus pais dormirem para eu pular a janela do quarto, depois o muro da casa e ir dar uns bordejos na rua - isso aos 12 anos.
Depois fiquei mais ousado. Fiz uma cópia da chave e passei a usar a porta da casa.
A Avenida Brasil sempre foi o point da cidade, na região da Escola 13 de Maio. Aquilo tem um irmã para a boemia, pois até hoje sempre tem por lá seus bares e lanchonetes.
Saudosa Orangatango, Roda Vida, Avalanche (acho que ainda existe) e mais tantos lugares!
A turma adorava ir para a "Porteira", que não existe mais, pois virou cidade.
Na minha última ida à Tga passei lá perto da "finada" Porteira. Hoje é a cadeia pública ou algum complexo prisional, ou coisa assim.
É divertido recordar o passado e melhor ainda ver que a terra deu bons frutos. Até onde sei, meus colegas de aula da ATEC estão todos encaminhados na vida. Creio que a maior parte estão morando em Tangará. Outros, como eu, trilharam caminhos diferentes, mas sempre com Tga no coração - e tenho dó de quem fala mal de Tanga City... apanha na hora!
Existem duas coisas que adoro fazer quando vou à Tangará. Uma é parar na Pedra Solteira, talvez um sinal de respeito, pois ali começa Tangará da Serra. A outra é subir no mirante da Chapada dos Parecis, pode ser o da MT-358 ou da MT-480 e contemplar a cidade lá de cima. Não consigo transcrever o que sinto. Mas isso não importa, o que importa é que quando estou lá e vejo a cidade, um sentimento bom me toma o coração e o orgulho de ter feito parte da História de Tangará já me basta.
Poderia passar muito tempo escrevendo sobre minhas "memórias tangaraenses". Isso dá muitos livros!
Antes de finalizar, tenho um 'causo' para contar, uma pequena contribuição que deixei para a cidade. Certamente, quem mora ou passa por Tangará da Serra já deve ter notado que, felizmente, em nossa querida cidade, não temos os nomes de logradouros públicos como: Rua da Constituição; Avenida 15 de Novembro etc.
Os nomes são desconhecidos para os de fora, mas conhecido para os da terra. A garantia para que isso aconteça tem o dedo deste blogueiro. O anteprojeto da Lei Municipal nº 2159/2004 foi de minha lavra, quando era Assessor Jurídico da Câmara Municipal e foi defendido pelo Vereador Giocondo Vacari, que é o autor da lei.
A ideia inicial era barrar os projetos eleitoreiros do troca-troca de nome de ruas. Mas graças a alguns dispositivos, que obviamente não conto quais são, a lei atingiu seu objetivo e, por tabela, deu àqueles que desempenharam relevantes trabalhos à Tangará o direito de algum dia vir a ser homenagiado pela Edilidade, o que nos deixou a salvo de algum dia, andar por Tangará da Serra e encontrar uma rua como o nome de Luis Inácio Lula da Silva, por exemplo!
Por fim, para concluir, creio que o Hino de Tangará da Serra diz tudo o que um tangaraense, seja nato, por adoção ou por opção, pensa sobre a cidade:
Letra: Fábio Martins Junqueira
Música: Hermes Silva Lucas
Berço Altivo porta de nobreza
Fulgurante em teu seio sutil
És um canto inspirando grandeza
No imenso solo do Brasil.
O teu povo que luta confiante
Nas promessas que este solo dá
Pois a luz dos campos verdejantes
Retrata o teu renome Tangará
Estribilho
Tangará, Tangará!
Mavioso pássaro que voa
Retumbante a pedra solteira
Que está divisando esta terra tão boa.
Mato Grosso contempla teu gesto
De amparo e de fraternidade
Sem rancor e sem canto funesto
Todos com a mesma igualdade
De beleza teus campos se exaltam
Em suas matas a grandeza se encerra
Deus te deu altivez tão farta
Na riqueza que traz tua Terra.
Os teus rios com águas tão claras
Fascinando esta natureza
È um conjunto de altivez tão rara
Confinado de augusta beleza
Tangará, sublime Tangará
O teu nome é emblema de vida
Dos frutos deste solo tão rico que traz
Aos meus filhos oh! Terra querida.