Hoje vou escrever um pouco sobre gestão pública. Antes, é necessário esclarecer que não tenho formação em Administração e, sim, em Direito. Contudo, como sou servidor público do Estado de Goiás, sou parte da "máquina administrativa".
Esta semana fiquei indignado com um novo sistema criado para a solicitação de diárias para os servidores que necessitam empreender viagens para fora da sede do serviço e perceberem esta "indenização" para o custeio do deslocamento.
Fiz questão de transcrever indenização entre aspas porque os valores que recebemos são irrisórios e, muitas vezes, mal dá para custear os gastos com refeição e hospedagem. Talvez isso ocorra pelo fato de que a inflação oficial divulgada seja uma, e a real outra.
Todavia, voltemos ao assunto da gestão do sistema de diárias.
Até meados de 2010 existia (na verdade ainda existe, mas não serve para mais nada) um aplicativo no qual se alimentava os dados com os nomes, matrícula e outras informações do servidor, informava a origem e o destino da viagem e a justificativa do deslocamento.
O sistema gerava os formulários necessários, inclusive calculando os valores a serem pagos, portaria de concessão, etc. Juntava-se tudo e, por meio de um expediente, encaminhava-se ao órgão competente para o devido processamento.
Atualmente, a Secretaria da Fazenda criou uma série de formulários que devem ser preenchidos individualmente (antes era 1, agora são 3) para cada servidor, imprimir tudo e enviar para a devida tramitação.
Considerando que no órgão que trabalho as viagens são constantes, a solicitação de diárias simplesmente se tornou caótico, pois é tanto papel que, para mim, deixou de ser burocracia para ser "burrocracia".
Meu descontentamento não para por aí.
Que me recorde, atualmente o Estado de Goiás possui uma intranet, scanners e, teoricamente, todos os dados do servidor em banco de dados digitais.
Pergunto: por qual razão, ao invés de se evoluir para o processo totalmente digital, com autorizações por meio de certificados digitais, provas da viagem devidamente escaneadas e prestação de contas por meio de sistemas eficientes e econômicos, regrediu-se à era do papel?
Penso que gestão moderna é evitar o uso desnecessário de papel, vide o caso do PROJUDI do Poder Judiciário, que se tem demonstrado bastante eficaz. Se não bastasse isso, existe a questão ecológica, do desenvolvimento sustentável, pois para cada folha impressa, árvores foram derrubadas, toner ou tinta (anda há órgãos neste estágio) gasto, sem contar o custo da energia elétrica.
Sinceramente, gostaria que alguém da SEFAZ me desse uma explicação plausível e lógica para a adoção do novo (na minha opinião, ultrapassado) sistema.
Alguém se habilita?
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