segunda-feira, 25 de março de 2013

Aos Gálatas de hoje.

Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas, 5:1)
A história a qual levou Paulo a escrever a Epístola aos Gálatas, que é considerada sua primeira carta, é bastante conhecida. Todavia, merece ser rememorada.

A Galácia era uma região onde, atualmente, é a Turquia, e que recebeu as Boas Novas provavelmente pelo grupo de Paulo, numa de suas muitas missões evangelizadoras.

Contudo, assim que Paulo deixou a região, por influência dos judeus que ali moravam, voltaram a adotar alguns ritos da Lei Moisaica, tais como a circuncisão, jejuns de purificação etc.

Numa de suas passagens pela região (Atos 16:6-10), Paulo foi informado do retrocesso que os novos convertidos estavam adotando, levando-o a escrever sua Epístola aos Gálatas, carta na qual prega a liberdade da Graça e condena o retorno do jugo da escravidão da Lei.

A Epístola aos Gálatas também é conhecida como a carta da liberdade cristã.

Assim como os gálatas estavam retornando ao jugo da escrividão, praticando atos que atentavam contra a liberdade cristã, o mesmo parece ocorrer, atualmente, com a sociedade em que vivemos. Apesar de vivermos num momento em que é possível praticar a plena liberdade,  a grande maioria dos seres humanos prefere renunciar a este direito para voltar ao jugo da escravidão.

Obviamente que a liberdade a qual Paulo se referiu não é a mesma da concepção do Estado Democrático de Direito, mas sim a de viver no mais alto grau de desprendimento de ser rotulado deste ou daquele grupo, por meio de prática de atos (ritos) nos quais o praticante demonstra professar ou ser de determinada "tribo".

Hoje, o jugo da escravidão não é manifesto num ato em que um sujeito é privado de seus direitos de cidadão ou de liberdade religiosa. A escravidão é mais sutil, mais refinada, existente nos meandros do cotidiano.

Se você não está usando a roupa da grife A, você é out. Se você não tem determinado carro, último modelo etc, você é mais um na multidão. Se você não frequenta tal point da cidade, você não é badalado (veja que nem toquei na questão do high society - se é que ela ainda existe!).

É a esse tipo de escravidão a que me refiro, uma escravidão vazia, no qual o meu ponto de referência é o outro, e sempre tenho que ser melhor que ele.

Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;
Gálatas 1:6
Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho
Gálatas 1:6
Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho. (Gálatas 1:6)
Infelizmente é assim que tenho visto a hipermodernidade, como um grupo de escravos de coisas vãs, que se esquecem do principal, de que viver uma vida bem vivida, não é se entregar às fúteis coisas do mundo, pois o melhor está no porvir.

Ao ler as notícias dos jornais, não deixo de pensar em Gálatas 5:19-21. É como se estivesse voltando ao passado, ao invés de avançar para o futuro.

Contudo, na mesma Epístola, existe a fórmula para se avançar para o futuro (Gálatas 6:7-9), método esse que todos os que já estão em liberdade deveriam praticar.

Oh, insesatos gálatas! Acordem enquanto ainda existe tempo!



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