domingo, 17 de março de 2013

Estou de volta!

Faz tempo que não escrevo por aqui. Não porque não tenha assunto ou tempo, mas por conta dum certo desespero que, às vezes, me aflinge.

Vivemos num tempo no qual a informação é algo fácil de se obter. Sobre qualquer assunto posso pesquisar e saber um pouco. O "Doutor Google" é bom nisso. Antes eu tinha que me dirigir a uma biblioteca (oh, como as amo!).

Todavia, o acesso fácil à informação não significa aumento e proliferação do conhecimento. Ao revés!

Tenho assistido, de camarote, ao nascimento de uma geração, que foi denominada de "Y", e que, na verdade, deveria ser chamada de "P". "P" de preguiça. Quem sabe, para deixar o termo mais culto, vou passar denominar tal geração de p. Sim, a letra grega usada em matemática para indicar a constante 3,14... e que é a transliteração do 'p'  no alfabeto latino. Geração p.

Os p, apesar de ter quase toda informação que quiserem num simples digitar na caixa de busca do Google, não o sabem fazer, pois são acometidos de uma leve preguiça de pensar. Sim, a preguiça de pensar os domina, pois o Google é um ótimo instrumento de pesquisa. Todavia, para se garimpar a informação, é necessário saber utilizar as palavras chaves corretas, ou termo de pesquisa.

Isso dá trabalho! Escolher as palavras chaves corretas exige um ato ao qual a Geração p  é avessa, o ato de pensar.

Bem, supondo que ainda assim se a  Geração p consiguir encontrar a informação, surge um segundo problema: ler. Como essa geração tem preguiça de ler! Um texto de duas páginas é uma tortura - ainda não sei se a classifico de tortura digital ou tortura Y ou tortura p .

O resultado do somatório desses fatores resulta num produto já bastante conhecido.  Dificuldade de escrever - exceto no chat, pois ali existe, na verdade, um emaranhado de caracteres abreviado que, algumas vezes, nem os da Geração p sabem o que está escrito.

Está surgindo uma geração que projeta um cenário nada bom. Se continuarmos no rítmo que estamos, em menos de 50 anos retrocederemos 500. Essa é minha opinião, principalmente quando, ainda que toscamente, analiso a realidade aplicando as premissas da teoria de Schumpeter sobre as grandes ondas.

Talvez esse seja o resultado do gosto pelo ato de pensar: a aflição ou o leve desespero. É isso que já consta nos ensino das Sagradas Escrituras, em Eclesiastes 1:18 - "Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor."

Boa semana a todos! 
Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.
Eclesiastes 1:18
 
     

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