Vivemos num tempo no qual a informação é algo fácil de se obter. Sobre qualquer assunto posso pesquisar e saber um pouco. O "Doutor Google" é bom nisso. Antes eu tinha que me dirigir a uma biblioteca (oh, como as amo!).
Todavia, o acesso fácil à informação não significa aumento e proliferação do conhecimento. Ao revés!
Tenho assistido, de camarote, ao nascimento de uma geração, que foi denominada de "Y", e que, na verdade, deveria ser chamada de "P". "P" de preguiça. Quem sabe, para deixar o termo mais culto, vou passar denominar tal geração de p. Sim, a letra grega usada em matemática para indicar a constante 3,14... e que é a transliteração do 'p' no alfabeto latino. Geração p.
Os p, apesar de ter quase toda informação que quiserem num simples digitar na caixa de busca do Google, não o sabem fazer, pois são acometidos de uma leve preguiça de pensar. Sim, a preguiça de pensar os domina, pois o Google é um ótimo instrumento de pesquisa. Todavia, para se garimpar a informação, é necessário saber utilizar as palavras chaves corretas, ou termo de pesquisa.
Isso dá trabalho! Escolher as palavras chaves corretas exige um ato ao qual a Geração p é avessa, o ato de pensar.
Bem, supondo que ainda assim se a Geração p consiguir encontrar a informação, surge um segundo problema: ler. Como essa geração tem preguiça de ler! Um texto de duas páginas é uma tortura - ainda não sei se a classifico de tortura digital ou tortura Y ou tortura p .
O resultado do somatório desses fatores resulta num produto já bastante conhecido. Dificuldade de escrever - exceto no chat, pois ali existe, na verdade, um emaranhado de caracteres abreviado que, algumas vezes, nem os da Geração p sabem o que está escrito.
Está surgindo uma geração que projeta um cenário nada bom. Se continuarmos no rítmo que estamos, em menos de 50 anos retrocederemos 500. Essa é minha opinião, principalmente quando, ainda que toscamente, analiso a realidade aplicando as premissas da teoria de Schumpeter sobre as grandes ondas.
Talvez esse seja o resultado do gosto pelo ato de pensar: a aflição ou o leve desespero. É isso que já consta nos ensino das Sagradas Escrituras, em Eclesiastes 1:18 - "Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor."
Boa semana a todos!
Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.
Eclesiastes 1:18
Eclesiastes 1:18
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